Comissão Europeia escolhe Instituto Pedro Nunes como caso de sucesso de incubação na área do Espaço
O Instituto Pedro Nunes (IPN) foi convidado, pela Comissão Europeia, a apresentar as suas boas práticas na coordenação do Centro de Incubação de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal) durante o 2º Workshop de Financiamento da Economia do Espaço, que decorreu a 3 de maio, em Bruxelas. Lançado em finais de 2014, o ESA BIC Portugal é um dos 13 atuais centros de incubação da ESA a nível europeu. Nesta estrutura são apoiadas startups que apliquem tecnologia testada no Espaço em setores como saúde, transportes, energia, segurança e vida urbana.
O 2º Workshop de Financiamento da Economia do Espaço reuniu representantes da Comissão Europeia, da Agência Espacial Europeia e da Airbus, bem como investidores e incubadoras. A iniciativa pretendeu debater novas formas de financiar o boom crescente de startups na área do Espaço que tem ocorrido sobretudo no Estados Unidos e na Europa, desde programas de financiamento de PMEs ao aparecimento de fundos de investimentos especializados na indústria espacial.
Além do Instituto Pedro Nunes, o Science and Technology Facilities Council, do Reino Unido, foi também escolhido para apresentar a sua experiência na incubação de empresas na área do Espaço.
Até ao momento, o ESA BIC Portugal já apoiou 11 startups. Nos próximos cinco anos – duração estimada do programa – prevê incubar até 30 empresas que vão criar cerca de 240 novos postos de trabalho e capacidade de angariar capital de 6,5 milhões de euros.
O ESA BIC Portugal representa um investimento direto em Portugal de 1.950.000 € (um milhão novecentos e cinquenta mil euros) em cinco anos. Este programa é liderado pelo IPN e tem polos no UPTEC e na agência DNA Cascais.
Os projetos são apoiados com 50 mil euros para a construção de protótipos e gestão de propriedade intelectual, beneficiando adicionalmente de apoio de negócio e apoio técnico, bem como do acesso a uma vasta rede de potenciais clientes, parceiros e investidores.
O ESA BIC Portugal tem o apoio do Gabinete do Espaço (FCT/ANI), entre outros stakeholders, como a CCDRC, universidades, municípios e investidores, tendo sido considerado de importância estratégica para Portugal, razão pela qual o Governo, através da FCT, tem investido recursos significativos nesta área.
O setor espacial foi durante muito tempo mais vocacionado para objetivos estratégicos relacionados com a ciência e exploração do Espaço. Contudo, essa realidade tem vindo a mudar. Ao lidar com tecnologia “estado-da-arte”, cada vez mais este setor passa a ser visto como uma fonte de crescimento económico e de inovação que atrai a atenção de outros atores, com Estados, empresas e investidores privados. A nova economia espacial representou cerca de 250 mil milhões de euros em receitas em 2014 e novos mercados se abrem, desde os nano-satélites, que estão a baixar de forma substancial o preço dos satélites até à possibilidade de exploração de minério em asteróides.
Fonte: Instituto Pedro Nunes