ABIMOTA quer Portugal como “cluster” do sector
O sector do ciclismo em Portugal tem vindo a ganhar cada vez mais expressão, não só para a economia nacional, mas também a nível internacional. De acordo com os últimos dados estatísticos, relativos a 2015 e divulgados pela Abimota - Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Portugal é o terceiro maior produtor europeu de bicicletas, com uma indústria composta por empresas de pequena e média dimensão, que empregam no total cerca de 1.500 trabalhadores directos, dos quais 750 na produção de bicicletas e os restantes nos componentes. No entanto, este sector permite ainda a existência de seis mil empregos indirectos.
A produção anual de bicicletas em Portugal ultrapassa o milhão e meio de unidades, o que posiciona o país nos primeiros lugares do ranking europeu (UE 28) do sector. Na última década registou- -se uma alteração significativa no padrão de especialização da indústria transformadora em Portugal, com o sector das bicicletas a seguir a mesma tendência que os outros sectores e que passa pela incorporação tecnológica.
Em números, refira-se que mais de 40 empresas possuem competência e experiência em tecnologias aplicáveis às duas rodas, 10 empresas são líderes na montagem de bicicletas e há 20 empresas que são produtoras de componentes. Outro dado relevante é o volume de exportações que tem vindo a subir, de forma significativa desde 2010, quando as exportações representavam apenas 7,5 milhões de euros e, em 2014, passou para mais de 314 milhões de euros.
De resto, o potencial de Portugal para criar um “cluster” das bicicletas, nas suas mais variadas utilizações, é de tal forma relevante que a Abimota apresentou na passada sexta- -feira o projeto Portugal Bike Value, no âmbito do Programa COMPETE 2020. De acordo com a apresentação pública que decorreu na Câmara Municipal de Águeda, «Portugal é um território privilegiado para a localização de indústrias, pela sua capacidade de fornecimento e integração com centros tecnológicos, universidades, autoridades locais, e também por ser um terreno para a experimentação, já que dispõe de uma comunidade ampla de utilizadores.
Este projecto, além de ter como principal ou mais imediato objetivo a captação de investidores para a instalação de novas unidades (e as intenções já têm surgido, vindo dos mais diferentes pontos do globo, o que leva a Abimota a considerar que, a concretizarem-se, possibilitará o aumento dos postos de trabalho em cerca de 50 por cento) permite também promover a internacionalização, o empreendedorismo, o turismo da natureza e a criação de territórios cicláveis.
Fonte: Diário de Coimbra