Leia a entrevista a João Nunes, Presidente e CEO da BLC3 e responsável do projeto StartUp Zero

 
Cofinanciado pelo COMPETE 2020, o projeto StartUp Zero nasceu do «desafio de criar uma dinâmica nova de empreendedorismo em Portugal centralizada na área da Economia Circular», entre jovens e empreendedores, desde a capacitação para criação de ideias inovadoras, à concretização de novos negócios e start-ups.
 
 
1. Entrevista a João Nunes, Presidente e CEO da BLC3 
 
1.1 Como nasceu o projeto StartUp Zero? Quais foram as principais motivações?
 
João Nunes | Presidente e CEO da BLC3 
 
Nasceu já de uma vontade anterior onde a BLC3 desafiou o TagusValley para se ter uma nova dimensão e realidade de empreendedorismo em Portugal focado em Economia Circular. É preciso aumentar o número de empreendedores e de ideias de negócio: essa era a questão de base e motivação. Depois começou-se por identificar quem se podia juntar ao desafio para se ter capacidade de resposta à escala nacional e distribuídos geograficamente. Após isso, o consórcio juntou-se todo e abraçou o desafio de criar uma dinâmica nova de empreendedorismo em Portugal centralizada na área da Economia Circular, onde o apoio do COMPETE 2020 foi estratégico e muito importante para que se pudesse iniciar este trabalho e projeto entre todos os parceiros.
 
O projeto StartUp Zero quer transformar-se num programa e ser uma referência internacional de promoção do espírito empreendedor em Economia Circular. A Economia Circular já era uma prioridade pelas questões ambientais e do esgotamento dos recursos. Agora, com a Guerra na Ucrânia, onde o tema da independência de recursos é um foco ainda mais crítico, a Economia Circular ganhou ainda mais importância.
 
 
1.2 O que considera ser o elemento diferenciador do projeto?
 
Os elementos diferenciadores do projeto podem resumir nas seguintes dimensões:
 
(1) Análise crítica do modelo de negócio (a fase dos porquês é fundamental no momento Zero de um negócio, para que antes de fazermos abertura de uma empresa, se analise, de forma séria e fundamenta, o nosso modelo de negócio: se os outros ainda não fizeram, porque foi? Se os outros já têm, como podemos ser mais competitivos e melhores? entre muitas outras perguntas);
 
(2) Experimentação do tema da Economia Circular em jovens, escolas e professores (para ganharem sensibilidade sobre os desafios e a temática da Economia Circular e como o empreendedorismo se liga a esta);
 
 
(3) Aceleração e mercado da Economia Circular, com rede de especialistas de base científica em conjunto com business developers;
 
(4) resposta em rede e escala de empreendedorismo, através de uma rede de Incubadoras Portuguesas de abrangência a todo o território.
 
ZERO de dupla conexão. Primeiro, de Economia Circular e de promoção do nascimento de Start Ups com foco em inovações de produtos ou serviços de resposta ao desafio da Economia Circular. Segundo, relacionado com o momento ZERO do empreendedorismo, que a conceção da ideia e análise crítica. A análise crítica (1) ao mercado, (2) ao problema que vamos resolver e impacto para a Economia Circular, (3) à solução que iremos disponibilizar às empresas e/ou às pessoas, (4) à inovação e capacidade de diferenciação e (5) à escalabilidade e capacidade de resposta do negócio.
 
O projeto apresenta ainda como diferenciação, além da análise crítica sobre o modelo de negócio, uma rede de resposta de incubadoras de abrangência territorial nacional (BLC3 - Interior Norte, Centro e Alentejo; TagusValley -  Transição Interior e Litoral na região Centro-Sul e Alentejo Norte; Sanjotec - Litoral Norte / Litoral Centro; Sines Tecnolopo - Alentejo Litoral). Engloba ainda uma rede de especialistas do Laboratório Colaborativo para a Economia Circular, o CECOLAB, para dar suporte à análise crítica, impacto e mercado em Economia Circular. Este conjunto de valências disponíveis por entidades reconhecidas na área num só projeto (que é objetivo ser transformar-se num programa) representam mais valias e capacidades não existentes de apoio ao empreendedorismo.
 
 
1.3  Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
 
Conseguir uma resposta em massa da Escolas, de forma que se aumente muito o caudal de pessoas abrangidas pelo projeto. Sendo foco a experimentação e numa altura de Covid-19 foi um desafio a ligação escolar para um contexto prático. Contudo, os resultado e envolvimento de toda a comunidade escolar tem sido gratificante e muito positivo.
 
 
Em empreendedorismo, é fundamental e objetivo conseguir aumentar o caudal de ideias, porque temos de ter a consciência que muitas ideias não passam do papel, quando chegam à análise crítica sobre o modelo de negócio. Um desafio é conseguir-se ter um caudal de empreendedorismo em massa, tendo em consideração a dimensão de Portugal. Contudo, é importante para todos os parceiros do projeto ter esse desafio, para que no final os resultados sejam ainda melhores. 
 
1.4 De entre os resultados alcançados, há algum que gostariam de destacar?
 
Na primeira fase do projeto o objetivo principal foi a comunidade escolar, com o objetivo de deixar uma curiosidade e o despertar da atenção dos alunos e professores para o empreendedorismo de base ecológica. Esse sentimento e "bichinho" já está semeado, com resultados muito interessantes e gratificantes para toda a equipa envolvida nas ações e mesmo para as escolas.
 
 
O próximo agora será ao nível do caudal de novas ideias de modelos de negócio e de inovação de potencial de criação de Start Ups. É preciso e muito importante para Portugal e para a Economia Circular aumentar o caudal de ideias e de Start Ups, mesmo sabendo que algumas irão falhar, que é quase um processo natural do empreendedorismo, o importante é aumentar-se o caudal para que a transição para a Economia Circular seja uma realidade nesta geração e a curto prazo (a emergência sobre a preservação dos recursos naturais e climática é de "ontem" e não do "amanhã").
 
 
2. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto “StartUp Zero” cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Coletivas, com um investimento elegível de cerca de 844 mil euros, correspondendo a um incentivo FSE de cerca de 718 mil euros.

 

3. Links

StartUp Zero
 
Associação BLC3 - Campus de Tecnologia e Inovação | Websie  
TagusValley | Website  
Sanjotec | Website  
Sines Tecnopolo | Website  
CECOLAB | Website   

03/11/2022 , Por Cátia Silva Pinto
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