Inovar na gestão dos fluxos de mercadorias e passageiros
1.1 Quais foram os principais desafios que se depararam no desenvolvimento do projeto?
O principal desafio deste projeto coloca-se logo à partida de um ponto de vista conceptual. Trata-se, de alguma forma, de uma abordagem disruptiva que procura reduzir a quantidade de veículos que se deslocam dentro dos centros urbanos para efetuar entregas ou recolhas de encomendas.
A abordagem preconizada de utilização da rede de transportes de passageiros já instalada, especificamente da capacidade de carga disponível fora das horas de ponta, tem que ser balanceada por um lado com as questões de performance, tendo em conta a possibilidade de perturbações no normal funcionamento da operação de transporte, com as questões dos custos da operação e a repartição dos proveitos pelos novos intervenientes, assim como com as questões associadas à segurança, nomeadamente a segurança dos passageiros dos veículos que passam a transportar as referidas encomendas.
O projeto desenrola-se assim auscultando as várias partes interessadas nesta cadeia de valor, procurando aferir as suas necessidades e a elasticidade com que as mesmas podem ser abordadas, construindo como resultado um novo serviço de logística, que não substitui os tradicionais serviços já existentes, antes complementando-os, oferecendo a todos, nomeadamente aos utilizadores finais, um serviço mais ecológico, contribuindo para a sustentabilidade dos centros urbanos.
Adicionalmente, o período extraordinário que estamos a atravessar, introduziu um fator de perturbação extra, obrigando a alterar o formato de algumas atividades de auscultação assim como alterando a forma de interação de toda a equipa de uma forma mais generalizada.
1.2. De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
A auscultação aos vários stakeholders permitiu desde logo identificar algumas restrições do ponto de vista operacional, nomeadamente as relacionadas com as questões de segurança e aquelas que estão relacionadas com o objeto das empresas de transporte de passageiros nos centros urbanos, mas ao mesmo tempo deu indícios positivos sobre a recetividade com que estes mesmos stakeholders olham para este novo conceito, tendo inclusivamente permitido identificar um novo conceito em todo este processo logístico que permitirá tornar todo o sistema mais resiliente.
1.3. Qual a mais valia do apoio do COMPETE 2020 ?
O contributo do COMPETE 2020 é instrumental na medida em que permite aliar o conhecimento gerado no universo académico, por intermédio da Universidade de Aveiro, com a experiência acumulada na OPT ao longo de décadas na implementação deste tipo de sistemas em ambientes heterogéneos. Esta colaboração permitirá à OPT abordar um segmento de mercado para o qual já tinha despertado, mas ainda não tinha tido capacidade de explorar.