António Bob Santos, administrador da ANI - Agência Nacional de Inovação deu uma entrevista ao COMPETE 2020 onde explica o âmbito do Portal da Inovação - plataforma lançada publicamente no passado dia 17 de fevereiro - e a importância do apoio dos fundos comunitários.

 

 

A ANI – Agência Nacional de Inovação está a coordenar o projeto “Programa Nacional de Transferência de Conhecimento”, cofinanciado pelo COMPETE 2020, que visa potenciar a transferência do conhecimento científico e tecnológico para o tecido empresarial, através de redes e ações que valorizem os resultados da investigação e a sua exploração económica nos mercados e pelas empresas.

 

 

E é no âmbito de uma das iniciativas deste projeto – Plataforma para a valorização da oferta e procura de tecnologia e conhecimento – que entrevistámos o administrador da ANI, António Bob Santos para nos falar do Portal da Inovação, uma ferramenta lançada a 17 de fevereiro, essencial para manter o aceleramento da inovação colaborativa em Portugal.

 

 

 

 

 

 

O Portal da Inovação surge como um instrumento essencial na dinamização da inovação colaborativa entre os atores do Sistema Nacional de Inovação (SNI) sejam empresas, investigadores ou entidades de I&D, potenciando uma economia mais desenvolvida e sustentada.

 

 

Esta plataforma permitirá igualmente conhecer mais em detalhe os atores do SNI e os serviços que oferecem, pesquisar competências dos investigadores e as tecnologias específicas com que as diferentes entidades trabalham, para além de encontrar parceiros de negócio, procurar e oferecer tecnologia, entre muitas outras funcionalidades.

 

 

Em primeiro lugar, não posso deixar de destacar a sua natureza agregadora, uma vez que constitui um motor de busca para conteúdos que, até aqui, não eram acessíveis ou estavam dispersos por várias plataformas, de várias entidades e programas. 

 

Adicionalmente, o portal disponibiliza o mapeamento das entidades de I&D no país, permitindo rapidamente perceber quem, onde e quando está a desenvolver I&D e inovação em Portugal.

 

A possibilidade de fazer matching entre oferta e procura de tecnologia e a montra tecnológica são outras das funcionalidades mais relevantes, tendo em conta o seu potencial para a valorização do conhecimento de base científica e tecnológica. 

 

Cada subscritor tem acesso a uma área reservada, onde poderá gerir a informação de interesse de acordo com as suas necessidades. Será ainda possível, a entidades que não estejam ainda registadas, fazer o devido registo, que posteriormente será aprovado pela Agência Nacional de Inovação.

 

 

2.3 De que forma é que o Portal da Inovação pode contribuir para consolidar os processos de transferência de conhecimento em Portugal?

 

O Portal da Inovação aproxima e facilita a comunicação entre quem tem problemas tecnológicos e quem desenvolve e oferece soluções para os resolver, promovendo e facilitando, desta forma, a inovação colaborativa. A título de exemplo, uma Instituição de Ensino Superior ou um Centro de I&D, que tenha desenvolvido uma tecnologia que já se encontra pronta para chegar ao mercado, encontra no portal a montra ideal para a divulgar e promover, quer a nível nacional quer europeu. Mas pretendemos ir mais longe e tornar esta relação bidirecional: uma empresa com uma necessidade ou problema tecnológico pode recorrer ao portal para encontrar outra entidade capaz de dar resposta a essa necessidade. Deste modo, esperamos que esta plataforma contribua para a acelerar a transferência e a valorização do conhecimento e de tecnologia para o mercado e para a economia. 

Atualmente, a base de dados do Portal da Inovação é composta por 5.184 registos entre tecnologias (1.198), negócios (3.979) e parceiros para projetos de I&D (7), com ligação à rede europeia Enterprise Europe Network. 

 

 

 

O Portal da Inovação é uma plataforma ao serviço de todos os que desenvolvem inovação de base científica e tecnológica em Portugal.

Qualquer entidade do Sistema Nacional de Inovação está apta para integrar o portal, seja uma empresa que investe em atividades de I&D, um centro tecnológico ou centro de interface que pretenda expor e dar visibilidade a uma tecnologia, ou até um investidor estrangeiro que necessite de saber que competências existem em determinada cidade ou região de Portugal.

 

O Portal da Inovação foi desenvolvido no âmbito do SIAC – iniciativa de transferência de conhecimento. Qual é a relevância dos instrumentos de política pública no apoio à inovação colaborativa e na alavancagem da aposta no I&D empresarial? 

 

Os instrumentos de política pública são verdadeiros catalisadores da inovação! Assumem um papel fundamental na criação de condições favoráveis à inovação, mas igualmente para a induzir de forma ativa, particularmente a inovação de natureza colaborativa. 

 

Na última década, Portugal tem mobilizado a política de inovação para estimular as interações e as dinâmicas colaborativas entre empresas e entidades do sistema científico e tecnológico, nomeadamente através dos fundos estruturais, em especial do Portugal 2020. Neste âmbito, destaco a relevância estratégica dos projetos Mobilizadores e em Copromoção, que envolvem sempre trabalho conjunto entre empresas e entidades de I&D, bem como a política de clusters, da capacitação dos Centros de Interface (CIT) ou a criação dos Laboratórios Colaborativos (CoLAB). 

 

 

 

Doutorado em Economia pelo ISCTE-IUL, António Bob Santos é especialista em Políticas de Inovação e em Inovação Aberta. Desde julho de 2018 integra o Conselho de Administração da ANI – Agência Nacional de Inovação, tendo inicialmente desempenhado o papel de Assessor para as Políticas de Inovação na mesma instituição (2017/2018).

 

Desde 2001 que colabora com várias estruturas governamentais na área da Política de Inovação, tendo integrado as equipas de conceção, gestão e monitorização do PROINOV (Programa Integrado de Apoio à Inovação), do Plano Tecnológico, da Agenda Digital, da Estratégia de Lisboa, do Plano Nacional de Reformas e do Programa Nacional para o Empreendedorismo e Inovação (+E+I). António Bob Santos foi gestor de projetos de inovação na UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento), com responsabilidades na conceção de iniciativas como o NEOTEC, OTIC, Centros de Excelência da b-on (Biblioteca do Conhecimento Online), e colaborado na gestão de projetos de Smart Cities no CEiiA.

 

António Bob Santos foi também docente convidado em Mestrados do Instituto Politécnico de Santarém (2008-2012) e do ISCTE-IUL (2017/2018), sendo autor de várias publicações académicas e não académicas sobre inovação.

 

 

 

A ANI – Agência Nacional de Inovação está a coordenar o projeto “Programa Nacional de Transferência de Conhecimento”, cofinanciado pelo COMPETE 2020 e que visa potenciar a transferência do conhecimento científico e tecnológico para o tecido empresarial, através de redes e ações que valorizem os resultados da investigação e a sua exploração económica nos mercados e pelas empresas. Através de um conjunto de iniciativas, pretende-se criar instrumentos ou procedimentos conducentes a essa transferência e valorização. 

 

Este projeto visa, também, gerar resultados de elevado impacto, nomeadamente através do papel complementar da ANI na promoção de uma maior envolvência, coerência institucional e articulação entre os atores do Sistema Nacional de Inovação (SNI), especialmente os envolvidos em processos de transferência de conhecimento científico e tecnológico, reforçando a transferência de conhecimento para as empresas e a difusão da I&D para o mercado. 

 

Apoiado pelo COMPETE 2020 no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio Ações Coletivas, o projeto “Programa Nacional de Transferência de Conhecimento” envolveu um investimento elegível de cerca de 2,4 milhões de euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 2 milhões de euros.

 

São diversas as iniciativas contempladas nas atividades deste projeto, nomeadamente a “Plataforma para a valorização da oferta e procura de tecnologia e conhecimento” – mais conhecida por “Portal da Inovação”, lançada a 17 de fevereiro de 2021.