Explorar aplicações dos polissacarídeos da levedura excedentária da produção de cerveja
Liderado pela Universidade de Aveiro, o principal objetivo do projeto Yeast4FoodMed, foi explorar aplicações dos polissacarídeos da levedura excedentária da produção de cerveja, comentou Elisabete Coelho, investigadora principal responsável. E foi bem sucedido pois teve aplicações alimentares e biomédicas!
Yeast4FoodMed: Valorização dos polissacarídeos da levedura excedentária cervejeira para aplicações alimentares e biomédicas
1. Enquadramento
Cofinanciado pelo COMPETE 2020, este projeto visa valorizar um subproduto da indústria cervejeira, atualmente considerado como um resíduo sem valor económico significativo. Pretende-se reutilizar a levedura excedentária, que é descartada após o processo de fermentação da cerveja, incorporando-a em outros processos e produtos, principalmente na produção de ingredientes alimentares.
A aplicação do conceito de economia circular permitirá criar valor para este subproduto, tornando-o rentável do ponto de vista económico e transformando-o em coproduto. Através do conhecimento das características da levedura excedentária, que proporciona propriedades emulsionantes e de fibra solúvel aos ingredientes alimentares, será possível identificar as condições de processo que influenciam a estrutura molecular da levedura, permitindo a sua aplicação nas diversas aplicações propostas. Além da produção de diferentes tipos de cerveja, com características finais distintas, também será produzida levedura com características finais específicas para as diferentes aplicações em estudo.
2. Testemunho | Elisabete Coelho, Investigadora Principal do projeto Yeast4FoodMed
O projeto Yeast4FoodMed: “Valorização dos polissacarídeos da levedura excedentária cervejeira para aplicações alimentares e biomédicas” teve como objetivo o conhecimento ao nível estrutural dos polissacarídeos da levedura excedentária cervejeira, um subproduto muito abundante e ainda sem aplicações de elevado valor acrescentado. Foi possível encontrar novas estruturas químicas nos polissacarídeos da parede celular da levedura, promovidas com o processo cervejeiro. A partir deste conhecimento, foi possível propor aplicações como ingredientes alimentares, assim como microcápsulas de levedura para sistemas de entrega oral dirigidos para aplicações biomédicas.
Foi um projeto liderado pela Universidade de Aveiro e que teve como parceiros o IBMC – I3S e a NOVA, contando com uma equipa multidisciplinar de investigadores: Elisabete Coelho, Manuel A. Coimbra, Manuel Vilanova, Angelina Palma, Sofia Reis, Cláudia Nunes, Rita Bastos, Vítor Martins e Filipa Trovão. A levedura cervejeira excedentária foi fornecida pelo Superbock Group e os polissacarídeos da parede celular foram usados como emulsificantes em maioneses capazes de substituir o ovo e aditivos alimentares, em colaboração com a empresa Casa Mendes Gonçalves.
O contributo do COMPETE teve elevada relevância pois permitiu haver financiamento para a investigação fundamental e aplicada, criou conhecimento e formou recursos humanos especializados nos vários níveis como a Licenciatura, o Mestrado e o Doutoramento, assim como permitiu a contratação de um investigador júnior.
O projeto permitiu também aproximar investigadores e empresas, promovendo na prática, o conceito de economia circular, em sintonia com os objetivos para o desenvolvimento sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas.
3. Apoio do COMPETE 2020
O projeto Yeast4FoodMed conta com o cofinanciamento do COMPETE 2020 no âmbito do SAICT - Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de cerca de 239 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 190 mil euros.
4. Links
01/09/2023 , Por Cátia Silva Pinto
Portugal 2020
COMPETE 2020
União Europeia
COMPETE 2030