LuCaS: Projeto inovador para diagnóstico e caracterização precoce do cancro do pulmão
Entrevistámos Hélder Oliveira, investigador e responsável de área no INESC TEC deste projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020 que «surgiu da necessidade de métodos não invasivos para caracterização precoce do cancro do pulmão».
Cofinanciado pelo COMPETE 2020, o projeto LuCaS concebeu uma metodologia não invasiva para o diagnóstico do cancro do pulmão. Em entrevista na newsletter semanal do COMPETE 2020, Hélder Oliveira, investigador e responsável de área no INESC TEC sintetizou o estado de arte deste projeto, os desafios já superados, os resultados já alcançados e a importância do apoio dos fundos comunitários.
1. Entrevista Hélder Oliveira, investigador responsável no INESC TEC
Hélder Oliveira | Investigador responsável no INESC TEC
1.1 Como nasceu o projeto LuCaS? Quais foram as principais motivações?
O projeto LuCaS surgiu da necessidade de métodos não invasivos para caracterização precoce do cancro do pulmão.
1.2 Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
Quando desenhamos o projeto, não existia qualquer publicação científica para resolver o desafio a que nos propusemos. E apenas, poucos meses antes de ter iniciado o projeto, começaram a ser publicados os primeiros trabalhos na área. Pelo que, tínhamos poucas referências para iniciar a nossa investigação. Um outro desafio importante, foi o facto de não termos à disposição um volume alargado de dados para concretizar de forma adequada os nossos trabalhos.
1.3 O que considera ser o elemento diferenciador neste projeto?
Tendo em conta outros trabalhos semelhantes na literatura, o LuCaS abordou duas alternativas para a caracterização do cancro de uma forma não invasiva e precoce: sistemas de apoio à decisão através de uma abordagem Radiogenomics que passa pela criação de modelos preditivos relacionando fenótipos de imagens a assinaturas genómicas; mas também, a avaliação das contribuições da biópsia líquida na caracterização do cancro de pulmão. Ambas as abordagens são de grande valor como meio para obter dados moleculares de forma minimamente invasiva e compatível com a rotina clínica.
1.4 De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
Desenvolvemos modelos de aprendizagem automática para classificação de marcadores biológicos, EGFR, utilizando imagens de ressonância magnética e dados clínicos. Nestes estudos mostramos a capacidade de deteção de EGFR, sugerindo que a melhor forma de abordar este problema é combinando características do pulmão que contém o nódulo a partir da imagem, com características de outras estruturas pulmonares através de dados clínicos, um acerto médio perto dos 80%.
1.5 Qual tem sido o contributo do COMPETE 2020 para o desenvolvimento deste projeto?
O apoio do COMPETE 2020 para financiamento do LUCAS tem sido fundamental para o desenvolvimento científico nesta área, permitindo colocar a investigação feita em Portugal na área do cancro ao mais alto nível.
2. Apoio do COMPETE 2020
O projeto “LuCaS: Rastreio do cancro do pulmão - uma metodologia não invasiva para o diagnóstico precoce” conta com o cofinanciamento do COMPETE 2020 no âmbito do SAICT - Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 239 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 203 mil euros.
3. Links
09/05/2022 , Por Cátia Silva Pinto
Portugal 2020
COMPETE 2020
União Europeia