Inovação Vitivinícola: CVR Tejo detalha projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020
Numa entrevista reveladora para a newsletter semanal do COMPETE 2030, Luís de Castro, Presidente da Direção da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), partilhou insights sobre o projeto "Tejo Wine Region - Defined by a river. Refined by tradition". Cofinanciado pelo COMPETE 2020, o projeto aprofundou o conhecimento da Região do Tejo e dos seus vinhos entre especialistas do setor, líderes de opinião, media, importadores, distribuidores e o público em geral nos mercados estratégicos. Uma iniciativa que promete destacar a riqueza vitivinícola da região, enraizada na tradição e impulsionada pela inovação..png)
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Tejo Wine Region - Defined by a river. Refined by tradition
1. Síntese
O projeto Tejo Wine Region - Defined by a river. Refined by tradition criou um maior conhecimento da Região do Tejo e dos seus Vinhos junto dos vários especialistas do setor, media, líderes de opinião, importadores e distribuidores e público geral nos diversos mercados definidos como estratégicos.
A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) concentrou os seus esforços em consolidar e expandir a presença dos Vinhos do Tejo em diversos mercados, mantendo uma abordagem estratégica para garantir competitividade global. O projeto abrange várias áreas, nomeadamente:
• Conhecimento de Mercados: Desenvolvimento de ações para compreender indicadores de consumo, hábitos, distribuição e concorrência nos mercados estratégicos.
• Aumento da Visibilidade e Imagem: Implementação de um Plano Estratégico de Marketing e Comunicação, direcionado a públicos-alvo, visando reforçar a visibilidade da Região e seus vinhos, tanto em mercados já consolidados quanto em novos.
• Alargamento de Mercados de Exportação: Consolidação e expansão para novos mercados, incluindo Alemanha, Reino Unido, Suíça, Suécia, Polônia, Brasil, Estados Unidos da América e China.
• Abordagem Coletiva de Produtores: Promoção da cooperação empresarial entre produtores da Região do Tejo para uma abordagem coletiva nos mercados externos, especialmente na prospeção de mercados e estratégias de marketing.
• Estabelecimento de Relações de Parceria: Atividades voltadas para o estabelecimento de parcerias com diversos agentes no setor vinícola, buscando influenciar positivamente as decisões de compra e manter essas relações a longo prazo.
Essas estratégias refletem o compromisso da CVR Tejo em promover os Vinhos do Tejo nacional e internacionalmente, mantendo a qualidade e destacando a excelência da região. O foco no conhecimento de mercado, marketing estratégico e parcerias duradouras evidencia a abordagem abrangente para enfrentar os desafios da competitividade global na indústria vitivinícola.
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2. Entrevista | Luís de Castro, Presidente da Direção da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo
2.1 Como nasceu o projeto Tejo Wine Region - Defined by a river. Refined by tradition?
Há alguns anos esta Região Vitivinicola que se denominava Ribatejo decidiu efetuar a mudança para Região Vitivinicola do Tejo. Esta mudança teve que ver com a «dificuldade» em explicar aos Clientes estrangeiros o significado de Ribatejo em comparação com a simplicidade de explicar Tejo dado que a geografia da região corresponde ao vale deste grande Rio Ibérico que foi formado ao longo de milhões de anos pelo próprio Rio que criou os seus terroirs dominantes e que tem uma influência dramática no clima da região, fatores essenciais que conferem características únicas á região e aos vinhos aqui produzidos. Com igual importância existe o conhecimento ancestral acumulado pelos nossos Produtores quer na viticultura quer na enologia. Havia então que encontrar um teaser para condensar tudo isto e, com a ajuda dos nossos parceiros de marketing, foi então criado o teaser que pretende em poucas palavras definir a região e a mais-valia das suas gentes «DEFINED BY A RIVER REFINED BY TRADITION»
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2.2 Quais foram as principais motivações?
A CVR do Tejo tem diversas competências sendo a principal a de controlar o cumprimento das regras e a certificação dos vinhos brancos, rosés, tintos, espumantes, licorosos e vinagres produzidos na região com direito a Denominação de Origem do Tejo (DO do Tejo) e a Indicação Geográfica Tejo (IG Tejo). No entanto de nada vale certificar vinhos cuja venda não esteja assegurada e, num mercado cada vez mais competitivo, a missão de ajudar os produtores a aumentar a sua presença nos mercados internacionais, com vinhos empolgantes e estilos diferenciados, oferecendo ao consumidor, continua e consistentemente, qualidade a bom preço, assume um papel muito primordial.
Foi esta a principal motivação para avançar com este projeto.
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2.3 Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
Quando se pretende penetrar pela primeira vez nos mercados ou se pretende reforçar a presença em mercados já tradicionais os desafios são múltiplos e constantes. Como fatores positivos temos em primeiro lugar a atual qualidade dos vinhos Portugueses que é muitíssimo boa. Temos uma profusão de castas autóctones que nos garantem também uma especificidade muito própria e apreciada por Compradores Estrangeiros. Portugal tem visto o Turismo aumentar ano após ano e os Turistas que nos visitam e que passam também a conhecer a nossa riqueza gastronómica e os nossos vinhos.
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Tudo isto são fatores positivos mas, infelizmente e em primeiro lugar a concorrência dos parceiros internacionais é desafiante , a qualidade intrínseca dos vinhos ainda não é justamente reconhecida pelo Consumidor na maioria dos mercados ( com exceção dos mercados lusófonos ) ; por outro lado, e até á pouco tempo, Portugal exportou muito baseado no baixo preço dos vinhos o que também não ajudou dar a conhecer ao Consumidor Estrangeiro o que produzimos de melhor e que possui melhor margem para os nossos Produtores. Portanto há muito trabalho de promoção a fazer e apesar dos esforços dos nossos Produtores, das diversas CVR´s e também da ViniPortugal há ainda muito a fazer até podermos mudar esta situação que dificulta a venda dos vinhos mais lucrativos.
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Novos desafios surgiram, entretanto, e que têm que ver com aumentos de impostos sobre bebidas alcoólicas, mudanças de hábitos de consumo, as alterações climáticas, a sustentabilidade e os ataques que o vinho tem sido alvo por parte de entidades de saúde internacionais que originaram diminuição do seu consumo a nível mundial.
Estes são os principais desafios com que nos debatemos também neste projeto.
2.3 Os objetivos definidos para o projeto foram alcançados?
Os objetivos são sempre o aumento da notoriedade do nosso Pais e Região e dos seus Vinhos e, consequentemente, o aumento e melhoria das suas vendas nesses mercados. Este objetivo não é algo que se obtém de forma automática; isto é, faz-se a ação e aumentam automaticamente as vendas até porque existem questões intangíveis, como é o caso do aumento da notoriedade, que influencia de forma positiva a melhoria da venda de vinhos.
Tendo em consideração o atrás exposto a resposta é afirmativa.
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2.4 De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
Vamos passar a dar alguns números comparativos em litros nos mercados abrangidos por este Projeto entre 2015 e 2023:
- Alemanha- em 2015 - 160.000litros e em 2023 - 370.000litros
- Suécia- em 2015 - 265.000litros e em 2023 - 1.100.000litros
- Reino Unido- em 2015 - 307.000litros e em 2023 - 450.000.000litros (apesar da influencia negativa do Brexit)
- EUA- em 2015 - 308.000litros e em 2023 - 433.000litros
- China- em 2015 - 555.000litros e em 2023 - 370.000litros (resultado da actual crise económica na China )
- Brasil- em 2015 – 298.000litros e em 2023 - 1.254.000litros
- Polonia- em 2015 - 133.000litros e em 2023 - 1.800.000litros
- Suíça- em 2015 - 17.000litros e em 2023 - 110.000litros ( não se fizeram as ações previstas neste projeto)
Pelo atrás exposto pode-se concluir que este projeto foi muito positivo.
Em 2015 exportámos para estes mercados - 2.043.000litros e em 2023 - 5.888.000litros.
Os números falam por si e acho que não será necessário fazer nenhum destaque em especial.
3. Apoio do COMPETE 2020
O projeto promovido pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo foi apoiado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), com um investimento elegível de 1.470 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 1.250 mil euros.
4. Links
18/01/2024 , Por Cátia Silva Pinto
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