O projeto IS4SE tem como objetivo desenvolver uma nova solução que integra hardware e software IoT/I4.0 para monitorização de diversos parâmetros industriais com o intuito de melhorar Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs), como a produtividade e segurança em unidades fabris de produção automatizadas. Carla Pereira, Gestora de I&D da Controlar faz um ponto de situação deste projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020.

 

 

 

O projeto IS4SE (Industrial Sensing for a Smart Europe) é um projeto de I&D Industrial à Escala Europeia e conta com a colaboração de 4 entidades de dois países (Portugal e Turquia). Este projeto teve o selo positivo do EURIPIDES², um cluster da rede Eureka que tem como propósito o desenvolvimento das áreas dos Sistemas Eletrónicos Inteligentes.

 

O objetivo do projeto é desenvolver um sistema inteligente que melhore a eficiência e segurança de empresas metalúrgicas, através do desenvolvimento e integração de sensores no chão de fábrica, que permitam a recolha de dados em tempo real. Além disso, será desenvolvido um sistema de inteligência artificial que consiga retirar KPIs de interesse para a produção e que melhore diversos aspetos do chão de fábrica.

 

 

O consórcio é composto pela empresa Controlar e pelo centro interface CeNTI em Portugal, e pelas empresas Borçelik e Vestel na Turquia. Cada um dos parceiros tem um contributo forte para que o projeto consiga obter os melhores resultados possíveis. Enquanto o CeNTI é responsável pelo desenvolvimento dos sensores, através de tecnologia de eletrónica impressa, a Controlar contribui com desenvolvimentos na camada de comunicação dos dados entre os sensores e os servidores. A Vestel é uma empresa de tecnologias de informação e que irá apoiar no desenvolvimento de ferramentas de machine learning para apoio à decisão usando os dados adquiridos pelos sensores.

 

A Borçelik, uma das empresas mais importantes na produção de aço a nível mundial é essencial para ser usada como local de teste e validação das tecnologias desenvolvidas no projeto.

 

Assim, pretende-se com o projeto IS4SE sensorizar áreas da produção da Borçelik que não têm qualquer tipo de digitalização. Destes, pode-se salientar alguns exemplos, como uma máquina de rolamento para impregnar folhas de aço em grandes tanques de ácido, ou por exemplo sistemas de monitorização de gases nocivos para serem utilizados pelos operadores quando entram em espaços mais sensíveis da fábrica. Desta maneira, será possível não só melhorar a eficiência da produção das máquinas, mas também aumentar a segurança dos operadores através da monitorização dos gases nos espaços onde eles estão a trabalhar, não permitindo que excedam determinados valores. Além disso, é possível para as empresas terem na sua posse estes dados, podendo até alterar a sua estratégia, ao conhecer melhor o chão de fábrica e os diversos processos. 

 

 

É importante realçar que devido ao ambiente corrosivo e agressivo deste tipo de indústrias, é necessário ainda ter em conta o encapsulamento de todos os componentes a desenvolver de modo que o seu correto funcionamento seja garantido. Além disso, devido à grande área de produção da Borçelik, é preciso ter em conta o processo de transmissão de dados, para que não haja perdas durante o processo de sensorização.

 

O projeto teve início em novembro de 2019 e tem o fim previsto para outubro de 2022. Nesta fase em que o desenvolvimento dos sensores e da comunicação está praticamente terminada, serão feitos os testes e validação do sistema (inicialmente em bancada e posteriormente em chão de fábrica). Infelizmente, e devido à pandemia, ainda não foi possível às equipas portuguesas deslocarem-se à Turquia para conhecerem os processos in loco, mas prevê-se que isso possa ser feito agora numa fase posterior para a instalação e validação do sistema. 

 

O apoio do COMPETE 2020 ao presente projeto veio permitir o desenvolvimento de atividades de I&DT adicionais, tal como a criação de sinergias entre entidades por forma a estimular a partilha de conhecimento e de experiências entre as entidades. Desta forma, este apoio permitiu alavancar a capacidade de I&DT da Controlar num mercado onde ainda não opera, com um suporte fundamental do CeNTI, uma entidade do sistema científico – tecnológico de renome a nível nacional.