Internacionalização das Estações Náuticas de Portugal
1. Enquadramento
Com o cofinanciamento do COMPETE 2020, o projeto IREN teve como missão impulsionar a internacionalização das Estações Náuticas de Portugal. Através da valorização e promoção internacional, procura estimular o aumento das exportações das empresas que integram essas estações náuticas, enquanto visa fortalecer a visibilidade de Portugal como um destino de referência na Náutica de Recreio.
Para compreender melhor o estado atual do projeto, os desafios superados num contexto de pandemia, os resultados alcançados e a importância do apoio dos fundos comunitários, tivemos a oportunidade de conversar com o Coordenador da Rede das Estações Náuticas de Portugal, António José Correia. Numa entrevista exclusiva, ele partilhou insights valiosos sobre o progresso do projeto e os benefícios que o apoio do COMPETE 2020 e dos fundos comunitários trouxeram para a iniciativa.
Uma nota final para o projeto IREN – Internacionalização da Rede das Estações Náuticas de Portugal que foi liderado pelo Fórum Oceano, que coordena e certifica todas as Estações Náuticas de Portugal, e cuja execução foi encerrada a 30 de junho de 2023.
IREN - Internacionalização da Rede de Estações Náuticas de Portugal
António Correia | Coordenador do projeto2.1 Quais foram os principais desafios com que se deparam no desenvolvimento do projeto?Um dos principais desafios com que nos deparámos no decorrer deste projeto foi, sem sombra de dúvida, a pandemia de Covid-19. Esta afetou os negócios, a saúde e a segurança de todos, sendo que nos tivemos de adaptar a este ambiente em constante mudança.Decorrente da pandemia e, tendo em conta que uma grande parte das ações a desenvolver seriam presencialmente, foi necessário reajustar de modo a ir ao encontro dos objetivos do projeto.Apesar desta dificuldade, a utilização de novas ferramentas digitais, facilitou em muito o alargamento da Rede das Estações Náuticas, a sua mobilização e dos seus parceiros empresariais, nomeadamente nas ações de disseminação e de capacitação.2.2 Os objetivos definidos para o projeto foram alcançados?Tendo sido previamente definidos 3 mercados-alvo – França, Alemanha e Países Baixos -, a execução do projeto permitiu alcançar o seu principal objetivo - promover a internacionalização das Estações Náuticas de Portugal, - através de:• Estímulo a iniciativas coletivas inovadoras, com o desenvolvimento de processos colaborativos para a internacionalização;• Desenvolvimento de mecanismos inovadores na prospeção, conhecimento e acesso a mercados internacionais;• Promoção internacional integrada da oferta nacional de bens e serviços associados às Estações Náuticas de Portugal;• Reforço da notoriedade e visibilidade internacional da marca Portugal, reforçando a visibilidade de Portugal como destino de náutica de recreio, com especial incidência para produtos mais sofisticados e diferenciados;• Partilha de conhecimento e capacitação das PME para a internacionalização;• Estímulo ao aumento das exportações das PME integradas nas Estações Náuticas de Portugal.Tal foi possível através do trabalho conjunto com uma série de parceiros, nomeadamente: AICEP e diplomacia portuguesa, Turismo de Portugal, com especial destaque para os delegados nos 3 mercados alvo; Entidades Regionais de Turismo/Agências Regionais de Promoção Turística; SINESTECNOPOLO, ADRAL, ANC, APECATE, APPR e a ANMP.Algumas notas de realização:• o projeto contou com a participação ativa e direta de cerca de 130 empresas parceiras das Estações Náuticas do Porto e Norte, Centro de Portugal e Alentejo e Ribatejo;• foram dinamizadas mais de 40 sessões de trabalho e ações de capacitação; a plataforma Nautical Portugal tornou-se fundamental para a promoção das Estações Náuticas, seja ao nível nacional como internacional;• foram também promovidos regional e internacionalmente os produtos, bens e serviços das ENP, sobretudo no que se refere à participação em duas feiras: Salão Náutico de Paris e BOOT em Düsseldorf;• contabilizou-se um conjunto de 65 ações de disseminação realizadas, registando um total de 3310 participantes. Complementarmente, foram identificados 1035 participantes nas missões de reconhecimento, 233 na sessão publica de apresentação do projeto e 105 na sessão de encerramento e• 100% das PME inseridas no projeto consideraram útil a informação, metodologias ou ferramentas disponibilizadas no âmbito do projeto; e foram concretizados 100% dos artigos e notícias gerados pela imprensa dos mercados-alvo de promoção internacional.2.3 De entre os resultados alcançados, há algum que gostariam de destacar?Destacamos os acordos de parceria/colaboração firmados entre as Estações Náuticas e os operadores turísticos que nos visitaram no âmbito das 3 missões inversas/fam trips: estavam previstos 20 e foram concretizados 71.Estes acordos foram subscritos complementarmente por 93 empresas que participaram nas ações acima referidas.No âmbito destas missões inversas foram recebidos 10 operadores turísticos internacionais, 5 jornalistas, 1 influencer e 1 consultor de eventos. Envolveram-se de forma direta 24 Estações Náuticas e 93 parceiros empresariais sendo que, nestes 3 programas de 5 dias, foram praticadas 82 atividades, representando um vasto conjunto de modalidades e experiências.Estas missões inversas foram precedidas de 3 “ações de charme” nos 3 mercados referidos, realizadas em estreita parceria com AICEP, a diplomacia portuguesa e os Delegados do Turismo de Portugal naqueles países, numa ação global que denominámos de “Water fun in Portugal, by Nautical Portugal”.Refira-se que, quanto a estas ações, 97% das Estações Náuticas consideraram pertinente a sua realização desejando que elas tenham continuidade.2.4 Qual o contributo do COMPETE 2020 para o percurso da vossa associação?O contributo do COMPETE 2020 foi imprescindível para a consolidação do Cluster do Mar através de 2 projetos SIAC: o IREN, que aqui apresentámos os resultados, e outro, o Animar 2.0, que promoveu o reforço das redes de cooperação e parcerias entre intervenientes da economia do Mar, criando condições indispensáveis à inovação, internacionalização, empreendedorismo, financiamento e competitividade das suas diferentes fileiras.
No caso do IREN, foi possível promover a competitividade das empresas, a inovação e o desenvolvimento económico, estimulando o crescimento e sustentabilidade das empresas na área da náutica e do turismo náutico. Neste caso, o COMPETE 2020, também contribuiu para o desenvolvimento regional, dado que este projeto abrangeu de forma mais direta três regiões de convergência: Porto e Norte, Centro de Portugal e o Alentejo.
A participação nas feiras referidas permitiu o alargamento da presença portuguesa nestes eventos, e que, de acordo com a vontade manifestada pelas Estações Náuticas, se pretende manter em anos futuros.